domingo, 17 de agosto de 2008

TRISTEZA E CHUVA






Há dias em que acordo triste, sem saber porquê.
É uma sensação incômoda, pesada...

Eu sempre tentava sair dessa melancolia, fazendo alguma coisa:
assistindo um filme, lendo, ouvindo música...

Hoje resolvi pensar corajosamente
sobre o que seria realmente a tristeza,
sem tentar fugir dela.

Pensei num dia nublado,
um céu cheio de nuvens cinzentas e carregadas...
que impediam a passagem dos raios do sol .

Compreendi, então, que a tristeza,
como as nuvens escuras,
precisa ser dissolvida, descarregada.

Eu percebi que precisava deixar chover...
que as emoções de hoje,
ou de um ontem perdido no tempo,
se amontoando e criando aquele mal estar,
precisavam se transformar, finalmente.

E me imaginei na chuva...
num verdadeiro temporal.
Embaixo de uma chuva torrencial,
me deixando molhar, inteira,
sem reservas, pelo tempo que pude
e fui encontrando paz,
me encontrando com minha força,
com meu Eu central e, enfim, melhorei.

Foi uma grande lição que aprendi .

A de que não passamos sem a tristeza,
pois ela é um estado de inconformidade,
resultante das frustrações,
mágoas que guardamos em nós
e que vão se avolumando, chegando a doer ...
e, por nos incomodar, devem ser analisadas,
olhadas,
para serem transformadas...
se ousarmos encará-las.

Que as águas rolem - nos rios, nas praias,
das fontes, dos céus para a terra,
de nosso olhos,
limpando todas as impurezas que fazem parte da vida,
mas que precisam ser afastadas
para que a Luz possa brilhar,
iluminando as consciências e festejando a Vida!

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