segunda-feira, 7 de julho de 2008

Salário ideal

Você está satisfeito com o seu salário?

Provavelmente não, pois são contínuas as reclamações a respeito da baixa remuneração que, como dizem, não dá para nada.

Ouve-se dizer que o dinheiro que se ganha ao final do mês mal dá para quitar débitos anteriormente assumidos.

O estranho em tudo isso é que, se as reclamações pela melhoria dos salários provêm de todas as classes trabalhistas, o que se verifica em questão de qualidade de trabalho é quase o caos.

Não se percebe, falando de forma generalizada, que as pessoas se preocupem em realizar bem a sua tarefa.

Contrata-se um jardineiro para colocar em ordem o jardim. E o que se obtém é uma poda mal feita, grama mal aparada e a terra mal espalhada pelos canteiros.

Entrega-se uma criança aos cuidados de uma babá e se percebe a má vontade com que segue os passos vacilantes da criança, inquieta e viva.

Recomenda-se um idoso enfermo a determinado atendente e nos surpreendemos com a forma com que ele é tratado, às pressas, sem atentar para detalhes.

Balconistas apressados, servidores desatenciosos, vendedores impacientes.

Em todos os lugares nos deparamos com criaturas que somente pensam em olhar para o relógio, no aguardo do final do expediente, atendendo suas tarefas com descuido e até desleixo.

Por causa disto, decai a qualidade e trabalhos contratados são concluídos e entregues de forma apressada e mal feita.

Se o trabalhador é digno do seu salário, (como nos alerta o Evangelho), é também muito justo que o trabalhador execute o seu trabalho com disposição e cuidado.

Que nos custará, na qualidade de jardineiros, atender à poda devidamente, afofar a terra com carinho? Afinal, as plantas dependem de nós.

Quantos minutos despenderemos a mais se nos detivermos, junto ao idoso ou ao enfermo e estendermos a colcha com cuidado, interessando-nos pelo seu bem estar?

E poderemos acaso nos dar conta da responsabilidade que é zelar pelos passos de um bebê? Podemos avaliar quanto emocionante é acompanhar o desenvolvimento de um ser tão pequeno, e vê-lo a cada dia vencer mais um obstáculo?

Não importa qual seja nossa profissão, qual seja a nossa tarefa.

O que importa, e muito, é que a realizemos com amor, aprimorando-nos na sua execução.

Quer se trate de lavar uma simples peça de roupa ou lidar com sofisticados aparelhos computadorizados, é necessário que nos conscientizemos de que, tanto quanto desejamos receber o melhor, compete-nos doar o melhor.

Portanto, antes de prosseguirmos a reclamar da nossa remuneração,
revisemos a qualidade dos nossos serviços.

Preocupemo-nos muito mais em nos tornarmos excelentes profissionais,
o que significa criaturas responsáveis, ativas, competentes.

* * *



Redação baseada no verbete "Trabalho" do livro "Repositório de sabedoria" v. 2, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco.

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