segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Janelas do tempo

Sou presente. De tempo e de mim mesma.
Vivo por detrás do arco-íris colorindo-me com sua sombra.
Às vezes invento-me. É preciso.
São aqueles momentos em que o presente cala a minha voz
e raios do passado passam por mim.
Mas passado tem nebulosas que apagam as cores que me fazem.
Então faço destes momentos pequenos hiatos que enterro no horizonte.
Olhar o horizonte me faz pequena. Descubro que o olhar não se perde no horizonte.
É minha alma que vive lá na frente.
Querendo viver o segredo além dos meus olhos.
Tenho pressa de vida.
Mas a ampulheta me ignora.
A areia escorre cronometrada. (cronômetros fazem meu coração disparar)
Amor feliz é aquele que está acima do tempo.
Sem passado, sem futuro. Existindo apenas por si mesmo. Como o sol.
Em torno dele giram sentimentos que gravitam entre o frio e o quente.
Mas não o atingem. Existem para transformá-lo em centro de uma galáxia.
É de amor feliz que quero ser feita.
Não há mistério no passado. Nem fantasmas. Há apenas vidas que brilharam.
Destas vidas fiz meu banquete. Engoli o salgado, guardei o sabor doce.
Mas meu sangue tem o tempero certo.
Não precisa ressuscitar mel porque tira o doce do presente.
Então passado só existe para ensinar futuro.
A vida é presente e borbulha entre o ontem e o amanhã. Forte, quente e plena.
Não observo a vida. Quero-a para de mim.
Também não quero vida que não seja minha.
Nem quero colecionar frases de amor.
Nem viver a mansidão do que não mais existe.
Quero a incerteza do que virá. De alma desnuda, engolir vida nova.
E contar a felicidade em minutos na eternidade de cada um deles.

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