terça-feira, 20 de maio de 2008

POESIAS PUBLICADAS NA ANTOLOGIA POÉTICA DA ALPES (2002)



Pilar Arias Lopes pag 77

Pile da Maracajú é paulistana nascida aos 22 de agosto de 1942. Em nossa cidade desde 1981, criou a Associação Musical Cantigas e Modernas em 1977. Foi membro da Comissão Municipal de Defesa do meio Ambiente (1995/1996). Vice-presidente da APAI – Associação de Proteção e Assistência à Infância (2000/2001). Vice Presidente da Associação Literária Palmeirense (2001/2002). Coordenadora Municipal de Cultura( 1999/2002)


CHORA MENINA
Chora menina
Chora quietinha
Chora que o dia
Passou de mansinho
Chora que a noite
Traz a saudade
Chora em silêncio
Tua dor de verdade.
Chora menina
Chora mansinho
Chora tua vida
Chora por tudo
Chora tua lida
Chora por nada
Chora menina
Chora a saudade
Chora em silêncio
Chora a saudade.

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O MAR pg 78

Quisera como o Cristo
Caminhar sobre tuas águas
Sentindo sob meus pés
A carícia de tuas ondas.

Quisera fazer de ti
O mais belo leito nupcial
Onde, vestida de conchas,
Esperaria pelo meu amado

Com a espuma de tuas ondas
Formoso véu teceria
E com tuas conchas e estrelas
Faria precioso adereço.

Ó mar!

Foste campo de batalha
De insensatas guerras
Muitas vidas tu segaste
Muitos sonhos enterraste

Foste caminho incerto
De maravilhosas descobertas
Grandeza de vida,
Ó mar
Deixa-me construir sobre tuas águas
Meu flutuante castelo de sonhos...

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SOLIDÃO pg 79


No quarto escuro
Desta minha solidão
Me toca
Me eleva
Me toma pela mão...
Te construo sem palavras
Em desejos incontidos
Sonho florescescente
De outra dimensão...

Me leva
Me guarda
Me toma pela mão.

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CAMINHOS pg 79


Em meus curvos caminhos
Espero tuas retas trilhas
Contorno íntimo
Inconsciente
De desejos que se fundem
Misteriosamente
Em nós.

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LIBERDADE pg 80


Vivo em paz no silêncio e na luz
Onde habita minha alma

Vivo cantando a sorte
Presente dos deuses ofertado aos homens.

Sou livre,
Quero-te meu

Na comunhão infinita e misteriosa
Que ultrapassa as paralelas
Do nosso eu a dois.

Possessão absoluta
Tragando versos em minh´alma

Numa ânsia feroz
Esfomeada de mim.
Me incorpora, me devora

E me tem.

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ADEUS pg 81


Chegou na minha vida
Como quem veio do nada.
Teve a melhor acolhida
Na surpresa da chegada.
Em mim fez sua morada
De enganos construída...

Ao primeiro soprar do vento
Desmantelou-se no chão.
Foi-se de minha vida,
Foi-se embora de meu ser,
Sem aviso, sem palavra
Deixando doídas saudades
Cravradas no meu viver.

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SINOS DA MATRIZ pg 82

Sinos da Matriz.
Quando eu os ouço tocar
Sinto uma nostalgia,
Uma vontade de chorar.

Quando no céu, o sol declina,
Tocam a Ave Maria.
Todo o labor termina
No findar de mais um dia.

Vem a noite, tudo acalma,
Tocam os sinos da Matriz.
Ressoam em minha alma
Num toque sereno e feliz.

Tocam os sinos da Matriz...

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ARES DA MINHA TERRA pg 83

Fazenda Maracajú,
Terra de minha terra,
Onde a brisa murmurante
Tanta saudade encerra.

Orquestra de sons variados,
Cada vida, um instrumento,
Uma estória, um amor
Em cada murmúrio do vento.

Primeiro os escravos cativos
Cantavam seu banzo e tristeza,
Enquanto na terra virgem
Semeavam a beleza!

Vieram os italianos
Cantando sua esperança
Trabalhando seu futuro
Nesta terra de bonança.

Hoje quem canta sou eu.
Canto a minha saudade
De todos que aqui viveram,
Plantando a sua verdade.

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TEMPO DE MEDO pg 84

Percorro os caminhos de onde vim
E não me encontro...
Nos labirintos do passado
Volto sobre os meus passos,
Procuro alguma coisa de mim
E não acho.

O tempo é de medo,
A hora é de angústia,
O eu que eu sou
Não conhece o eu que eu era!
O presente olha para trás
E não se vê...

Vida, vida minha,
Onde te escondeste?
Aparece-me, revela-te,
Mostra-me meus outros pesares.

Pois percorro os caminhos de onde vim
E não me encontro.

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