sexta-feira, 23 de maio de 2008

Causo: O CRUZEIRO DA MARACAJÚ


Conto por Pile da Maracajú.
( publicado na página 171 do Livro NOSSA TERRA NOSSA GENTE vol III do Prof Roque Diaulas de Camargo. _2002 )
Este conto foi premiado no site da EPTV.


Dizem que não é causo, não: é a mais pura verdade!

Aqui na Fazenda Maracajú tem um cruzeiro no meio do cafezal, que data do tempo dos escravos.

Contam que, naquela época, uma das filhas do fazendeiro teve um caso com um negro escravo, do qual resultou um filho.
O fazendeiro, furioso, mandou enterrar o recém nascido, ainda vivo, lá no meio do cafezal.
Só que, toda noite, escutavam um chorinho: nhem nhem, nhem nhem...
Os cachorros, quando passavam lá por perto, ficavam todos arrepiados e fugiam ganindo. A plantação, em volta da cova, secou toda.
E, toda a noite, aquele nhem, nhem, nhem...
O pessoal, desesperado, foi procurar uma benzedeira e contou o que acontecia.
A velha, tia Evangelina, foi lá e disse que o problema era terem enterrado uma criança sem batizar.
E, pegando um corote de água da mina, batizou o defuntinho. Como não sabia se era menino ou menina, batizou com o nome de José Maria e mandou que erguessem um cruzeiro naquele local.
Desde então, nunca mais se ouviu o chorinho e a plantação em volta, até hoje, ficou mais exuberante...
Pelo sim, pelo não, conservamos aquele cruzeiro sempre no mesmo lugar.
Vai que...

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